sexta-feira, 6 de julho de 2012

SERTOLIOMA – REVISÃO DE LITERATURA

Bom-dia aos leitores, conforme havia escrito na postagem anterior, irei atualizar o blog com a revisão de literatura sobre SERTOLIOMA, pois essa neoplasia causa hiperestrogenismo, o que predispõe ao desenvolvimento de carcinoma mamário em cães machos. Boa leitura! 





Paulo Cesar Gonçalves dos Santos
Professor de Anatomia Patológica da Faculdade de Medicina Veterinária de Garça-SP FAMED/FAEF


Geovana Thaís Angélico
Aluna da Faculdade de Medicina Veterinária de Garça-SP FAMED/FAEF






Blomm (1954) e Kirk et al.(1966), assinalam que os tumores de testículo em cães são comuns e ocasionalmente malignos ocorrendo com maior frequência em animais com idade acima de cinco anos, ficando atrás somente das neoplasias de pele e do tecido conjuntivo (HERRON, 1983; SUESS et al.; 1992; ARCHBALD et al.; 1997;  MORRISON, 1979).




REIF e BRODEY (1969), verificaram que dos 108 tumores de células de Sertoli estudados, 58 (53,7%) encontravam–se em testículos criptorquídicos, esclarecendo ainda que, dos 58 sertoliomas analisados, 34 encontravam –se na cavidade abdominal e outros 24 na região 
inguinal, sendo afetado com maior freqüência o testículo direito.



LIPOWITZ et al. (1973) r
elatam também que certas 
raças, principalmente a Boxer, apresentam uma incidência comparativamente maior de todos 
os tipos neoplásicos.



HAYES e PENDERGRAS (1976) e JONES et al. (2002), relataram que as raças 
Sheepdog e Weimaraner são propensas ao desenvolvimento de tumores de célula de Sertoli, 
já os de raça Pastor Alemão ao desenvolvimento de seminomas.



Em estudos realizados por CROW (1980), verificou-se que aproximadamente 10% dos
tumores de células de sertoli são malignos com metástase para os linfonodos inguinais, ilíacos 
e sublombares, para os pulmões, fígado, baço, rins e pâncreas. Seminomas são usualmente 
benignos, embora ocorra metástase em locais semelhantes aos descritos nos tumores de 
células de Sertoli. O autor verificou ainda que aproximadamente 25% dos cães portadores de 
tumor de célula de Sertoli desenvolvem síndrome de feminização.

O excesso de estrogênio em cães com tumores de células de Sertoli relatou BRODEY
(1958), pode causar uma depressão da atividade da medula óssea com resultantes sinais 
clínicos de hemorragia causada por trombocitopenia (anemia causada por perda de sangue ou 
produção diminuída de eritrócitos).



Esses tumores frequentemente causam um aumento do testículo afetado e existe em
alguns casos, o desenvolvimento da síndrome de feminização (LIPOWITZ et al., 1973), c
aracterizada clinicamente por alopecia simétrica bilateral e hiperpigmentação cutânea, atrofia 
do testículo contra lateral e pênis, hiperplasia prostática, perda da libido e atração de cães 
machos pelo animal acometido mimetizando uma fêmea no cio (MORRISON, 1979; 
EDWARDS, 1981; FADOK et al., 1986; LADDS, 1993; ARCHBALD et al., 1997).



NIELSEN (1974), descreve histologicamente dois padrões principais de tumor das 
células de Sertoli. A forma intratubular, onde a maioria dos tumores exibe túbulos bem formados separados por septos de tecido conjuntivo. As células tumorais são múltiplas camadas dos túbulos e estão geralmente arranjadas com seus longos eixos perpendiculares à membrana basal, as células no centro do túbulo podem tornar–se separadas.



MOULTON (1990), histologicamente o tumor de células de Sertoli é constituído por células tumorais paliçadas, são longas e fusiformes, com prolongações citoplasmáticas finas e bordas celulares indistintas. Os núcleos são pequenos, hipocromáticos, alongados, redondos e 
ovais e coram–se levemente basofílicos. O citoplasma é vacuolizado e grânulos de pigmentos 
lipocrômicos nas células tumorais são frequentes. Em algumas áreas as células neoplásicas 
intratubulares derramam para fora dos túbulos para o estroma, formando cordões infiltrantes 
sólidos ou tapetes amplos.



Segundo NIELSEN (1990), a forma difusa é encontrada nos tumores malignos, sendo mais 
infiltrativos com menos tendência a permanecer nos túbulos. As células tumorais podem invadir a túnica albugínea, rede testicular, epidídimo e mesmo a pele escrotal, linfonodos e veias locais 
são frequentemente invadidas. As células são mais irregulares no tamanho e forma e são 
redondas, poliédricas ou ovóides mais do que alongadas ou fusiformes.



Como uma das mais comuns neoplasias em cães, o tumor da células de sertoli atinge
as células germinativas nos testículos de cães, resultando sinais clínicos de alta concentração 
de estrogênio. Possui comportamento benigno, porém em alguns casos pode apresentar-se 
maligno, manifesta-se com alta incidência em animais mais velhos e também em animais cr
iptorquidas uni ou bilateral.












































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